Moradores de São Miguel do Oeste encontram na reciclagem uma alternativa de fonte de renda
Daniele Schmidt
O dia começa cedo na comunidade Sagrado Coração de Jesus, em São Miguel do Oeste – SC. Às 5h Aline Cardozo sai de casa para catar papel pelas ruas da cidade. Sem emprego, a jovem de 18 anos encontrou na prática de catar papel uma fonte alternativa de renda para ajudar a família. Assim como Aline, José da Silva, 45 anos, também percorre o município com o carrinho que ganhou da Associação de Coletores de Materiais Recicláveis – Acomar.
Atualmente 45 famílias estão inscritas na Acomar. Juntas elas recolhem o material reciclável, separam e organizam para vender às empresas que realizam a reciclagem. No início deste ano a Coca-Cola contemplou a Associação com uma prensa, o que facilitou a venda e armazenamento do material. A máquina possibilita agilidade no trabalho, organização e agregação de valor com o aumento de mais de R$ 0,10 no quilo dos materiais, além do aumento de 25% nas vendas.
A Unisol Brasil, Central de Cooperativas e Empreendedorismo Solidário, mantém um projeto junto à Acomar. A empresa realiza cursos gratuitos de reciclagem e quem participa dos cursos ganha uma cesta básica por mês. “Esse projeto é muito interessante, porque se duas pessoas da família participam dos cursos então a família ganha duas cestas básicas e isso estimula a comunidade”, relata a secretária da Acomar, Justina Pereira da Luz.
“Além de ajudar, as cestas básicas servem como um estimulador para que as pessoas venham aprimorar a prática. É necessário que todas as pessoas envolvidas na Associação tenham conhecimento de como reciclar e os cursos tem esse propósito”, explica Daniela Toigo, técnica de trabalho comunitário da Unisol Brasil. Daniela conta também que a empresa desenvolve vários projetos com várias outras comunidades. “A Acomar está inscrita em outro projeto que contempla as associações com maquinário. Quando for contemplada a Associação ganhará um caminhão para realizar a entrega do material”.
http://www.unisolbrasil.org.br/inicio.wt
A empresa de produção de papel, Suavetok, não realiza a reciclagem do material. “A empresa não tem como realizar a reciclagem, mas como temos contatos com empresas que fazem esse trabalho, então compramos da Acomar o material e revendemos para essas empresas. Não temos lucro algum, apenas fazemos para auxiliar a Associação”, relata o gerente da Suavetok, Renato Braga. Além da dela, outras duas empresas da região também realizam a compra do material coletado pela Acomar.
Empecilhos burocráticos
A Acomar existe há quase 20 anos, mas apenas em 2008 a Prefeitura de São Miguel do Oeste doou um terreno para a sede da Associação. No galpão são separados, prensados e armazenados os materiais. Com a construção do galpão a Associação pode inscrever-se em um projeto do governo federal para a aquisição sem custo de máquinas (prensa e picotadeira).
Quando foi contemplada, outro problema surgiu: a construção estava irregular, o terreno não estava no nome da Associação e por isso o galpão, teoricamente não pertencia à Acomar. Sem a regularização da propriedade a Associação não pôde adquirir a picotadeira.
A assistente social da celesc, Maria Carmem Viero, que também está emgajada nos projetos da Acomar explica a situação no áudio abaixo.
A câmara dos Vereadores do município informou que em março deste ano assinou o projeto de regularização da propriedade.
www.camarasmo.sc.gov.br/ver_sessao.php?id=373&cmp=pauta
Ciclo da reciclagem
como reciclar papel
Além de ajudar a natureza, a reciclagem pode servir também para customizar artigos de decoração. Confira nos links abaixo várias formas de reciclar e enfeitar.
http://criscabrera.blogspot.com/2009/03/retalhos-de-papel.html
http://www.dicasverdes.com/2009/04/moveis-reciclados-feitos-com-plastico/
http://koisaskomuns.blogspot.com/2008_01_01_archive.html
Gilda said,
abril 7, 2011 às 1:38 pm
A reciclagem de papel é urgente e necessária, por ser uma educadora ambiental empenhada neste sentido busco informações que possa melhar a nossa luta neste sentido.
Acredito que a Acomar pela luta e pela necessidade de todos conseguirá num futuro bem próximo reciclar o papel.
Um abraço fraterno,
Gilda!